sábado, 30 de abril de 2011

28/04/2011 16h48 - Atualizado em 28/04/2011 16h50

Pesquisadores criam





desequilíbrio




ecológico em





lago para monitorá-lo



Nos EUA, eles introduziram peixe predador e desfiguraram cadeia alimentar.
Trabalho conclui que é possível antever desequilíbrio com monitoramento.

Do Globo Natureza, em São Paulo

Mike Pace, cientista do Instituto Cary, solta peixe predador no lago para ver como ele interfere no novo ambiente. (Foto: Divulgação)Mike Pace, cientista do Instituto Cary, solta peixe predador no lago para ver como ele interfere no novo ambiente. (Foto: Divulgação)

Artigo publicado na última edição da revista ‘Science’ descreve como pesquisadores criaram propositalmente um desequilíbrio ecológico num lago no estado de Wisconsin, nos EUA, com o objetivo de verificar os sintomas de que a cadeia alimentar no local estava alterada.

No lago predominavam peixes pequenos que se alimentam de pequenos invertebrados. Os pesquisadores então introduziram exemplares de achigã, uma subespécie de black bass, um predador das espécies menores.

Os peixes naturais do lago logo passaram a nadar mais nas margens, deixando que os pequenos invertebrados crescessem livremente no centro. O fitoplâncton que alimenta estes invertebrados logo começou a apresentar variações também.

Em três anos, o ecossistema havia se transformado completamente por influência dos peixes predadores. Mas o que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi que, um ano antes, já era possível detectar a mudança em curso por meio da variação da clorofila na água.

Os autores propõem que fazendo determinados tipos de medição em cada ecossistema, é possível antecipar mudanças ambientais que, em muitos casos são irreversíveis. Atualmente, com o uso de sensores eletrônicos remotos, esse tipo de monitoramento já não é tão difícil de ser feito.

Estudo da composição da água do lago revelou sinais da mudança antes que ela se concretizasse. (Foto: Divulgação)Estudo da composição da água do lago revelou sinais da mudança antes que ela se concretizasse.Retirado de: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/04/pesquisadores-criam-desequilibrio-ecologico-em-lago-para-monitora-lo.htmlComentário: Fazer este teste não deixa de ser importante, mas ainda assim émeio arriscado. Espero que valha a pena tal ação e que muitas vidas sejam salvas com isso.

23/04/2011 07h00 - Atualizado em 23/04/2011 07h00


Matança crescente




ameaça de extinção





os botos da Amazônia




Biólogos e ambientalistas denunciam prática de pescadores que usam carne e ossos do boto cor-de-rosa como isca na Bacia Amazônica.

Por Alexei Barrionuevo, Myrna Domit e Rob HarrisDo New York Times

Associado a antigos mitos e lendas amazônicas, o boto cor-de-rosa corre o risco de virar mesmo apenas história, de acordo com denúncias de biólogos e ambientalistas. A população de botos da região estaria sendo dizimada por pescadores, interessados em usar sua carne e seus ossos como isca para fisgar um peixe chamado piracatinga, muito valorizado em algumas cidades brasileiras e na Colômbia.

Na comunidade de Igarapé do Costa, no Pará, este símbolo da Amazônia é visto pelos pescadores como uma praga. “Ele estraga as redes, come e espanta os peixes”, reclama um pescador. “Eu meti o arpão em alguns”, confessa outro. A recente reputação de boa isca se soma à lenda que associa o boto cor-de-rosa ao sumiço de pessoas e à gravidez das moças da região.

São histórias locais, cheias de passagens sombrias e referências à magia. “Ele é mau, porque leva as pessoas embora e abusa delas”, diz um habitante. “Sempre digo a minhas filhas e netas que o boto engravida as moças e que elas não devem nunca entrar na água quando estiverem menstruadas. Minha mãe me dizia isso”, afirma a moradora Maria Siqueira.

Assim, esses seres considerados inteligentes e amigáveis acabam vistos como inimigos ameaçadores. Segundo os biólogos, nas últimas décadas, centenas ou milhares de botos foram mortos na Amazônia por causa da pesca da piracatinga, uma das poucas fontes de renda de comunidades paupérrimas. “Às vezes, jogamos a rede na água e passamos uma semana sem pegar um único peixe”, diz Ronan Benício Rego, líder comunitário. “Mas a piracatinga dá para pescar na hora, então, pegamos para alimentar a família. Se não, vamos padecer”, justifica.

“Este foi morto por um pescador, com uma machadinha”, diz o biólogo português Miguel Miguéis, com a cabeça de um boto nas mãos. Ele luta para proteger esses mamíferos. “A população de botos cor-de-rosa diminui a cada ano. A principal ameaça à espécie é essa matança indiscriminada que acontece aqui na Bacia Amazônica, sem nenhum controle. Eles matam porque não há autoridade nesse lugar”, lamenta.

Há dois anos, a equipe do biólogo registrou 250 botos numa reserva perto da cidade. Este ano, somente 50 foram encontrados. Os pesquisadores têm documentado as mortes, na tentativa de chamar a atenção para o problema. Também procuram conversar com os pescadores responsáveis, de modo a orientá-los a manter a fonte de renda, sem matar os botos. Miguéis diz que a carne de porco pode perfeitamente substituir a do boto na hora de pegar a piracatinga.

Ronan Benício Rego alega que os pescadores de Igarapé fizeram a substituição há mais de um ano, mas muitos dizem que a matança continua. A piracatinga pescada nessas águas geralmente vai para mercados de Bogotá, na Colômbia. Num esquema fraudulento, ganha outro nome e é vendida como uma espécie de peixe muito popular e cara, o capaz. “É excelente, muito saboroso. Não tem espinhas, os colombianos gostam muito”, diz o comerciante David Aguirre.

“O consumidor não tem ideia do que está comprando e comendo. E nem sonha que botos estão sendo mortos para servir de isca para esse peixe”, afirma Fernando Trujillo, da Fundação Omacha, um grupo ambientalista de Bogotá. “O boto é um mamífero ameaçado de extinção. Se dependesse de mim, não apoiaria essas práticas”, diz Andrés Garcia, vendedor de peixes.

As autoridades brasileiras dizem que os pescadores estão infringindo a lei e vão apurar se eles têm alguma conexão com o crime organizado colombiano. Em meio às denúncias e promessas de investigação, o biólogo Miguel Miguéis se preocupa ainda com o folclore que envolve o boto. “Se o boto desaparecer, toda a cultura, todas as lendas vão desaparecer, assim como uma parte da Amazônia. Para mim, isso é a coisa mais triste que pode acontecer”, afirma.


Retirado de: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/04/matanca-crescente-ameaca-de-extincao-os-botos-da-amazonia.html

Comentário: Realmente, aniquilar todos os botos seria acabar com uma lenda viva e parte da cultura brasileira, além de desiquilibrar um ecossistema inteiro. Deve-se proteger essa espécie a todo custo

Metade das espécies brasileiras ameaçadas está protegida em unidades de conservação

13/04/11

Brasília – Metade das 627 espécies brasileiras ameaçadas de extinção vive em unidades de conservação federais, onde estão mais protegidas do risco de desaparecer da natureza. É o que mostra levantamento divulgado hoje (11) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Intitulado Atlas da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção em Unidades de Conservação Federais, o levantamento detalha quais são e onde estão as 314 espécies encontradas em unidades de conservação (UCs) de todo o país, inclusive no bioma marinho. Entre os animais ameaçados encontrados nas áreas de conservação, estão o peixe-boi-da-amazônia, a onça-pintada, o mico-leão-dourado e a arara-azul-de-lear, símbolos da fauna brasileira ameaçada.

Apesar da proteção de espécies emblemáticas, ainda não se sabe se a outra metade da lista de animais ameaçados está em territórios protegidos. A maioria dos animais com risco de extinção registrados nas UCs são aves e mamíferos, mais fáceis de identificar, segundo o coordenador geral de espécies ameaçadas do ICMBio, Ugo Vercillo. “Peixes e invertebrados são mais difíceis de serem encontrados e identificados”.

A meta brasileira, assumida diante da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, é garantir que 100% dos animais ameaçados tenham exemplares em territórios protegidos. “O primeiro passo para conservar é saber onde elas estão, procurar cada espécie”, avalia Vercillo.

O bioma com maior número de registros de animais ameaçados encontrados em UCs é a Mata Atlântica, onde parques nacionais, estações ecológicas e outras unidades abrigam 168 espécies ameaçadas de extinção. Na Caatinga, das 43 espécies ameaçadas de extinção no bioma, 41 estão em unidades de conservação.

O presidente do ICMBio, Rômullo Melo, disse que o levantamento pode orientar a gestão das unidades espalhadas pelo país e ajudar a identificar lacunas de preservação. “O atlas fez o cruzamento para saber que unidades de conservação protegem que espécies ameaçadas. Vai ser um instrumento importante para orientar a definição de áreas prioritárias para ampliação e criação de novas unidades de conservação”.

O ICMBio lançou hoje (11) uma revista eletrônica para divulgação de informações científicas sobre espécies brasileiras, inclusive as ameaçadas de extinção. A meta é avaliar 10 mil espécies nos próximos cinco anos. O instituto também colocou no ar sua nova página na internet, com serviços e informações sobre as 310 unidades de conservação federais do país. O endereço eletrônico do ICMBio é ohttp://www.icmbio.gov.br/.


Retirado de : http://biologias.com/noticias/915/Metade-das-especies-brasileiras-ameacadas-esta-protegida-em-unidades-de-conservacao


Comentário: Estou impressionado que o 50% das espécies já estejam em locais de conservação, isso é um progresso imenso, mas há ainda muito o que se fazer. Espero que nesses cinco anos de meta para avaliar todas as espécies eu ajude em algo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Gene ligado ao consumo de álcool

07/04/11

Agência FAPESP – Uma pesquisa conduzida por um grupo internacional de dezenas de cientistas conseguiu identificar um gene que pode ter um papel importante no consumo de álcool. O estudo é destaque na nova edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Os pesquisadores analisaram amostras de DNA de mais de 26 mil voluntários em busca de genes que pudessem afetar o consumo de bebidas alcoólicas. Os resultados foram comparados com dados de outras 21 mil pessoas. Os participantes disseram quando bebiam por meio de questionários.

De acordo com os autores, encontrar uma variante genética que influencia os níveis de consumo de álcool pode levar a um melhor entendimento sobre os mecanismos por trás do alcoolismo.

O gene é denominado AUTS2, sigla para “candidato para suscetibilidade ao autismo número 2”. Estudos anteriores indicaram a relação do gene com o autismo e com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

A nova pesquisa, liderada por cientistas do Imperial College London e do King's College London, verificou que há duas versões do AUTS2, uma três vezes mais comum do que a outra.

Indivíduos com a versão menos comum do gene bebem em média 5% menos álcool do que as pessoas com a versão mais comum, apontou o estudo.

O gene se mostrou mais ativo nas regiões do cérebro associadas com mecanismos de recompensa neurofisiológicas, o que sugere que possa ter um papel importante na regulagem na resposta à ingestão de bebidas alcoólicas.

Sabe-se que o consumo de álcool é parcialmente determinado geneticamente, mas até agora o único gene conhecido com contribuição significativa era um que decodifica a álcool-desidrogenase, enzima que quebra as moléculas do álcool no fígado.

“Claro que há muitos fatores que afetam quanto de álcool uma pessoa bebe, mas sabemos que os genes têm um papel importante. A diferença promovida por esse gene específico [AUTS2] é pequena, mas, ao descobrir o seu papel, abrimos uma nova área na pesquisa sobre os mecanismos biológicos que controlam a ingestão de bebidas alcoólicas”, disse Paul Elliott, da Escola de Saúde Pública do Imperial College London, um dos coordenadores da pesquisa.

“Uma vez que as pessoas bebem por motivos muito diferentes, entender o comportamento especificamente influenciado pelo gene identificado ajuda a compreender melhor as bases biológicas desses motivos. Esse é um passo importante em busca do desenvolvimento de prevenções e tratamentos individuais para o abuso de álcool e para o alcoolismo”, disse Gunter Schumann, do Instituto de Psiquiatria do King's College London, primeiro autor do artigo.



Comentário : Descobrir cada vez mais as origens genéticas ajudará muito, pois como a reportagem disse, as pessoas bebem por causas diferentes, mas as caracte´risticas do gene em si, é igual pra todos, facilitando muito a prevenção deste mal da sociedade.