segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Há outra forma de estudar DNA, RNA e proteínas

31/10/11

Equipe que cria novo método envolve investigadores da Universidade do Porto

Agostinho Antunes e Guillermin Aguero-Chapin, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, Universidade do Porto, desenvolveram com uma equipe de oito cientistas internacionais uma nova metodologia para o estudo de Biopolímeros.

O estudo de Biopolímeros é importante para “poder estudar genes e proteínas que apresentem uma elevada divergência sequencial e incluir na análise simultaneamente a informação da sequência e estrutura dos genes”, explica Agostinho Antunes ao Ciência Hoje.

Os métodos clássicos de alinhamento de sequências de nucleótidos e aminoácidos são "pouco efectivos" para o estudo de genes e proteínas que apresentem uma elevada divergência sequencial. Esse é o caso, por exemplo, da classe de genes ITS2 (internal transcribed spacer 2) nos seres vivos com células eucarióticas, ou seja, com um núcleo celular rodeado por uma membrana (DNA compartimentado e consequentemente separado do citoplasma).

Na investigação, publicada recentemente na revista internacional Plos One, foi desenvolvida uma metodologia baseada em índices topológicos que sintetizaram a informação da sequência e estrutura dos genes ITS2.

Esta nova metodologia “pode ser aplicada em estudos de genes/proteínas envolvidos em doenças genéticas, estudo de genes/proteínas de agentes infecciosos ou de organismos produtores de compostos bioactivos” e vai permitir a “utilização de informação sequencial e estrutural de biopolímeros em simultâneo”, afirma o geneticista.

Na prática, “pode ser facilmente aplicada através de um software desenvolvido por nós e de livre acesso”, acrescenta.

Fonte: http://biologias.com/noticias/1101/Ha-outra-forma-de-estudar-DNA-RNA-e-proteinas

Comentário: Qualquer método que nos ajudar a estudar nosso corpo e composição de outros seres é bem-vinda, em nome no progresso.

25/10/2011


Países da África, Caribe e Pacífico Sul afirmaram nesta terça-feira que a China e os Estados Unidos, grandes emissores de gases de efeito estufa, estavam caminhando lentamente no combate às alterações climáticas e pediram que os líderes na cúpula da Comunidade Britânica (Commonwealth) esta semana exijam uma ação imediata nas negociações climáticas globais em novembro.

"As evidências científicas disponíveis para nós mostram que devemos agir agora", disse o primeiro-ministro de Samoa, Tuilaepa Malielegaoi, depois de uma reunião de 48 pequenas ilhas e nações em desenvolvimento em Perth.

"Esta é a mensagem que queremos dar ao mundo inteiro, que todos nós somos um", disse ele em entrevista coletiva antes da cúpula do Commonwealth, que começa na sexta-feira.

O aquecimento global deverá ser o foco do Encontro de Chefes de Governo da Commonwealth (CHOGM), antes da conferência sobre mudança climática da ONU na África do Sul a partir de 28 de novembro.

Muitos membros da comunidade são nações em desenvolvimento vulneráveis ao aumento previsto de mais secas extremas, inundações, elevação do nível dos mares e disseminação de doenças infecciosas.

Tuvalu, no Pacífico Sul, as ilhas Maldivas, no Oceano Índico, e diversas nações no Caribe temem que o aumento do nível do mar possa apaga-las do mapa. A Austrália, que está sediando o CHOGM, disse que a existência de algumas pequenas nações depende de o mundo evitar o aquecimento global médio de dois graus Celsius.

"Se não conseguirmos fazer isso, podemos dar adeus a alguns pequenos Estados insulares", disse o chanceler australiano, Kevin Rudd. Samoa citou diretamente a China e os Estados Unidos por fracassarem em agir a respeito da mudança climática, enquanto a Austrália observou que, embora 48 pequenos estados tenham sentido o maior impacto da mudança climática, eles representavam menos de 1 por cento das emissões.

"Dois dos maiores países (China e Estados Unidos), responsáveis por quase 40% das emissões, não parecem estar próximos de seus compromissos", disse Malielegaoi.

O governo Obama protelou os esforços de estabelecer um preço para as emissões de carbono por causa da oposição política e empresarial e só vai aceitar um acordo climático mais amplo se todos os principais emissores de carbono concordarem com os passos para reduzir a poluição de gases de efeito estufa. A China não vai assinar a menos que Washington o faça, mas promulgou metas de intensidade de carbono em toda a economia e tomou outras providências.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5434380-EI238,00-Paises+pequenos+pedem+acao+climatica+imediata.html


Comentário: Temos então mais um exemplo de joguinho de empurra-empurra para quem deve começar a se mexer para fazer algo pela saúde do mundo. E mesmo tendo vidas humanas, tidas como superiores, as potências econômicas ainda demoram para tomar alguma medida forte. Lamentável é a palavra que define tudo isso.

10 espécies cuja população diminui porque a nossa aumenta

20/10/11

Um levantamento feito pelas Nações Unidas garante: antes do final desse ano, a população de seres humanos no planeta deve atingir a marca de 7 bilhões. Enquanto esse número ainda segue crescente, há certos habitantes do planeta fazendo o caminho contrário: a população de animais está decrescendo a níveis alarmantes.
O século XXI apresenta um novo panorama relacionado à extinção. Se os índices atuais forem mantidos, os cientistas calculam que 75% das espécies de hoje devem ser totalmente erradicadas do planeta nos próximos 300 a 2.000 anos. Conheça dez exemplos em que a diminuição populacional, e não o aumento, deve ameaçar a existência em um futuro perigosamente próximo.

10 – FURÃO DE PÉS NEGROS

Um mapa dos Estados Unidos que mostra as áreas onde vive esse pequeno mamífero norte-americano também mostra uma triste figura. As “manchas” de habitat do furão de pés negros (Mustela nigripes) praticamente sumiram. A trágica história desse mamífero começou nos anos 90, quando agricultores dos EUA se envolveram em um esforço nacional para combater o “cão de pradaria”, roedor que estraga plantações.
Isso foi um golpe duro à população de furões, que têm uma dieta 90% composta de cães de pradaria, e cujo habitat (campos de mata rasteira) foi reduzido a apenas 2% da área original. Em 1986, um levantamento americano apontou um número desesperador: havia apenas 18 furões espalhados pelo país inteiro. Desde então, um programa ambiental elevou essa população acima de mil, mas a espécie segue ameaçada.

9 – PEIXE-GATO-GIGANTE

O Rio Mekong, décimo mais volumoso do mundo, nasce em campos da província chinesa do Tibet e cruza seis países do sudeste asiático por 1.535 quilômetros. Em suas águas, está escondido um drama: a quase extinção do Pangasianodon gigas, nome científico para um peixe que chega a atingir três metros de comprimento e mais de 270 quilos.
Na última década, 90% da população original do peixe-gato-gigante simplesmente sumiram do mapa, de modo que restaram cerca de 300 indivíduos no planeta. A própria distribuição do peixe pelo rio dá uma noção do problema: antigamente, eles apareciam por toda a extensão do rio asiático. Agora, ocupam menos da metade desse espaço.

8 – VAQUITA

Você já falar da vaquita? Não se trata de um mamífero terrestre, como talvez você tenha imaginado, mas de uma espécie de boto. Notória pelo pequeno espaço no mundo que habita (apenas alguns quilômetros quadrados no Golfo da Califórnia, no México), a Phocoena sinusis é um dos animais aquáticos mais ameaçados do mundo.
Tal como várias espécies marinhas, a maior ameaça à vaquita eram as redes de pesca predatória, até recentemente. Em 2000, um levantamento do governo mexicano constatou que as redes de pesca matavam de 39 a 84 indivíduos da já reduzida espécie a cada ano. Diante do índice, o governo reduziu o número de redes em 80%, o que amenizou a situação. Mesmo assim, a poluição do mar segue como fator predominante para manter as vaquitas sob ameaça.

7 – LIBÉLULA ESMERALDA

Certos animais sob risco de extinção comovem a opinião pública, mas os insetos raramente se encaixam neste perfil. O panorama para eles, no entanto, é igualmente crítico: algumas espécies devem desaparecer da face da Terra em breve. Um inseto americano, a libélula esmeralda (Somatochlora hineana), apresenta um dos piores índices.
No caso de insetos, em geral, o que contribui para a destruição é a erradicação de ambientes úmidos próprios para o desenvolvimento das espécies. Quando há diminuição da área, a redução populacional é uma consequência direta.

6 – SALAMANDRA OZARK

Se você observar uma foto desse animal, já pode imaginar que é uma espécie exótica. A salamandra Ozark (Cryptobranchus alleganensis), que habita a América do Norte, apareceu apenas recentemente na lista de espécies em extinção. Há menos de 600 indivíduos atualmente, já que a população foi reduzida em 75% nas últimas décadas.
As principais ameaças à salamandra Ozark, que habita rios de alguns estados dos EUA, são não apenas a redução do ambiente em si, mas da qualidade dele. No caso, o fator mais prejudicial é a poluição da água.

5 – GAVIAL

O nome científico, Gavialis gangeticus, já dá uma ideia de onde este animal semelhante ao crocodilo habita: entre outros lugares, as águas do Rio Ganges, na Índia. Atualmente, no entanto, os cientistas poderiam trocar o nome científico do gavial, porque ele foi erradicado da Índia e de outros quatro países. Restam apenas cerca de 1.500 indivíduos da espécie.
A situação já era preocupante nos anos 90, quando a outrora grande população do gavial já estava abaixo dos dez mil. 98% dos lugares onde ele vivia não são mais aptos para sua sobrevivência.

4 – GIBÃO DE CRISTA NEGRA DE HAINAN

Vamos pelo princípio: você já viu um gibão? É um primata semelhante ao macaco. Há várias espécies, mas uma delas, em especial, está sob grave risco. É o Nomascus hainanus, que habita apenas a ilha de Hainan, na China.
Como estão restritos à ilha, é fácil fazer um levantamento populacional. E o número foi alarmante: antes de 1960, havia mais de 2.000 desses primatas, e hoje não há mais de treze indivíduos pela ilha inteira. No caso deles, a indústria primária foi o problema: com produção de borracha nas áreas rasteiras, os gibãos tiveram que migrar para o alto das árvores, onde a oferta de alimentos é menor.

3 – ‘AKIKIKI

A pequena ilha de Kaua’i, no Havaí, guarda um problema relacionado a uma classe animal ainda não tratada nesta lista: as aves. O pequeno pássaro ‘Akikiki habita exclusivamente a ilha, onde há menos de 1.500 indivíduos atualmente.
O problema das aves no Havaí é crítico: das 71 espécies catalogadas na região em 1778, 26 já deixaram de existir completamente, e outras 32 estão em situação semelhante à do ‘Akikiki. O modo como as espécies sumiram também é inusitado: alguns pássaros morreram em massa por contaminação de doenças passadas por insetos.

2 – DYSPIS BREVICAULLIS

Se você acompanha o problema de extinção não apenas nos animais, mas também em plantas, há também algo importante a se destacar. Uma espécie vegetal curiosa, que é uma pequena árvore cujas folhas parecem nascer do chão, tem sua população sensivelmente reduzida. Atualmente, é encontrada em apenas três pequenas regiões da ilha de Madagascar. A agricultura, nesse caso, é um fator que tem dizimado a espécie, não apenas pela redução de áreas nativas, mas por certos produtos químicos usados no solo.

1 – CORAL CHIFRE-DE-ALCE

Voltamos aos animais, mas essa espécie também não está entre as mais lembradas. Os recifes de Coral do Caribe, de forma geral, são “sustentados” pela espécie chifre-de-alce (Acropora Palmata), que sempre marcou presença constante na região. Com o nome dado em alusão aos seu formato, essa espécie era abundante até a década de 80. Desde então, a população foi reduzida em trágicos 95%, especialmente devido à uma doença altamente contagiosa no ambiente.

Fonte: http://biologias.com/noticias/1092/10-especies-cuja-populacao-diminui-porque-a-nossa-aumenta

Comentário: Um pequeno exemplo de como a humanidade não pensa em suas atitudes e multiplicação. Dizem que Deus disse Crescei e multiplicaívos", mas esse crescimento descontrolado em todos os cantos do mundo sem se importar com os outros seres é algo que nenhum deus gostaria de ver, por isso provavelmente não terei filhos.

Doença misteriosa mata dezenas de focas no Alasca

Uma doença misteriosa, possivelmente um vírus, matou dezenas de focas aneladas na costa do Alasca, de acordo com uma agência federal e uma local. As focas doentes têm chegado à praia na costa do Ártico desde julho. O número de vítimas aumentou ao longo dos meses, afirmaram os biólogos do Departamento de Controle da Vida Selvagem e de outras agências na quinta-feira.

Cerca de 100 animais doentes foram encontrados perto de Barrow, a comunidade mais ao norte do país. Metade deles morreu, disseram os biólogos locais. Em outros locais do município, os moradores registraram ter visto 146 focas aneladas se arrastando pelas praias - muitas delas doentes, afirmaram biólogos.

As focas aneladas raramente chegam até a praia e passam a maior parte do ano na água ou em pedaços de gelo, de acordo com o Serviço de Pesca da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Biólogos disseram acreditar que a doença seja causada por um vírus. Os sintomas incluem lesões com sangue nas barbatanas traseiras, pele irritada ao redor do nariz e dos olhos e perda de pelo.

14/10/11

Os especialistas afirmaram que o surto misterioso pode não estar limitado às focas aneladas. Algumas morsas foram encontradas mortas na costa noroeste do Alasca com lesões similares. Caçadores locais também relataram ter encontrado lesões de pele em outro tipo de foca. Não estava claro se as lesões encontradas nas morsas eram decorrentes da mesma doença das focas aneladas, disse Bruce Woods, porta-voz do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA. "No momento, estamos no escuro".

As locações remotas e outras dificuldades de logística tornam impossível providenciar atendimento veterinário aos animais que estão doentes na praia, disse o biólogo Jason Herreman. "As focas encontradas mortas são recolhidas para análise. As focas que estão doentes, mas permanecem vivas, são deixadas para que se recuperem sozinhas", disse ele em um email, acrescentando que os animais estão sendo enviados a diversos laboratórios de Anchorage e de outros locais.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5412988-EI8145,00-Doenca+misteriosa+mata+dezenas+de+focas+no+Alasca.html


Comentário: A causa desta doença deve ser descoberta o quanto antes para aque não se alastre, apesar dos indícios de terem sido encontrados os mesmos sintomas da doença em outros animais. Se tratando de animais que vivem em água, uma medida deve ser tomada rapidamente, pois a água tem contato cm muitos lugares, ainda mais a de um oceano.

Bionegócio e bionergia: superando as fronteiras entre setores da economia

05/10/11

No último dia 15, o Instituto de Economia da Unicamp promoveu o seminário Bioenergia: “Alternativas e Avaliação de Impactos no Brasil e nos EUA”.

O Seminário foi organizado para receber os professores David Zilberman, da Universidade de Berkeley, e Madhu Khanna, da Universidade de Illinois, ambos profundamente envolvidos com alguns dos temas mais polêmicos da atualidade: as alternativas energéticas baseadas no poder da fotossíntese – a fotossíntese em tempo real, como fala Eduardo Trigo, renomado economista argentino – em comparação com o uso de combustíveis fósseis e outras fontes alternativas de energia. Os dois atuam no Energy Biosciences Institute (EBI), um instituto financiado pela British Petroleum e localizado nas duas universidades, com um orçamento de US$ 500 milhões para 10 anos de pesquisa, com foco em 2ª geração a partir de gramíneas.

A idéia foi aproveitar a visita para estabelecer um diálogo franco e qualificado com os visitantes. Para tanto, convidamos três dos mais importantes professores na área e fomos felizes em contar com visões distintas e complementares: os professores Luiz Cortez, Arnaldo Walter e Hilton Silveira, os três da Unicamp.

O professor Cortez, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e da Fapesp, fez um panorama geral da agroindústria canavieira, mostrou dados sobre uso da terra e falou do zoneamento agroclimático da cana-de-açúcar no Brasil, passando a visão clara de que se deve superar a crítica fácil de que haja uma correspondência entre a expansão da bionergia e aumento de emissões de gases que contribuem para o aquecimento global. Apresentou a seguir a contribuição da Fapesp para a pesquisa em bioenergia, ressaltando os avanços do Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen), o que ficou claro para qualquer visitante do seminário BBest, ocorrido em Campos de Jordão, em agosto.

O cenário apresentado pelo professor Cortez mostra que desenvolver novos mercados baseados em novas tecnologias, mesmo potencializando uma ampla organização prévia, demanda uma base ampla de conhecimento, da biologia aos estudos socioeconômicos. Uma questão salta aos olhos: apesar de os recursos alocados no Bioen próximos a US$ 10 milhões/ano (2008 a 2012) serem substanciais, seriam suficientes para dar conta da complexidade do programa, que contempla desde ciência básica em genética até pesquisas sobre o desempenho de motores, passando por estudos sobre etanol de 2ª geração? Uma comparação com o projeto do Energy Bioscience Institute sugere que os resultados do Bioen também dependem de boas parcerias e de cooperação internacional, o que vem ocorrendo, principalmente pelo apoio da Fapesp.

A multidisciplinaridade dos temas e dos enfoques sobre a bioenergia foi reforçada pela apresentação do professor Arnaldo Walter, que respondeu à provocação do moderador sobre o modesto papel cumprido até pouco tempo atrás pelo governo federal na área de bionergia. Como resposta, apontou que o governo investiu 35 milhões de euros na montagem do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Etanol (CTBE), um centro de pesquisa de alto nível com 110 pesquisadores e com capacidade para contar com a “massa crítica” das universidades e centros de pesquisa localizados ao seu redor (USP, incluindo Esalq, Unicamp, Lorena, IAC, IPT, Embrapa).

O mote de sustentabilidade guia a orientação dos trabalhos de pesquisa em várias áreas e não somente o conhecimento específico sobre impactos do cultivo da cana no ambiente. Isto coloca a visão estratégica do CTBE na categoria de ações que se voltam para gerar um conjunto de “tecnologias limpas” – dentro do possível e do aceitável, como diz o economista René Kemp, do Merit, na Holanda – ao invés de buscar soluções mitigadoras, aplicáveis no final do processo (poluidor).

Isto não significa desprezar a busca de ganhos de produtividade, do melhor aproveitamento dos recursos por litro de etanol obtido: as agendas de pesquisa são paralelas, mas se encontram nos resultados: um melhor aproveitamento da matéria-prima, via hidrólise, viabiliza a cana-de-açúcar como matéria-prima do bioenegócio mais importante do Brasil, reduzindo seu impacto sobre a produção de alimentos. A pesquisa com uma nova colheitadeira torna ainda mais viável a política ambiental de eliminar a prática da queima da cana para fins de colheita, além de estabelecer o nexo entre pesquisa pública e empresas inovadoras.

Em resumo, a apresentação do professor Arnaldo Walter revelou que a estratégia do CTBE é ao mesmo tempo clara e complexa. Opera realisticamente no campo da primeira e segunda gerações, buscando resultados em paralelo e também atua na viabilização das atividades agrícolas com foco na criação de meios e critérios para a implementação progressiva de etanol e outros produtos capazes de apresentar a condição de “produtos sustentáveis”. A clara definição das estratégias viabiliza a formação de parcerias com organizações internacionais e com os avanços realizados – principalmente no campo da pesquisa básica – pelos projetos da Fapesp. A articulação dos objetivos no tempo se dá pela ideia de que existe um conhecimento científico e tecnológico capaz de operar a transição da produção agrícola de cana para o bionegócio em energia.

O professor David, em seu blog ( http://blogs.berkeley.edu ), comenta que os brasileiros são orgulhosos de seu projeto bioenergético, ao mesmo tempo que em outro comentário, aponta que somos francos (ao ponto da ingenuidade) de admitir (como o assessor de Clinton) que o problema da difusão tecnológica depende “da economia, estúpido”. O Brasil, ainda que com muito menos intensidade, também procura tornar o carro flex mais eficiente, só que isto não anula o fato de que a competição dos velhos e novos usos da matéria-prima cana-de-açúcar com o uso como combustível líquido é crescente e que qualquer estratégia em bioenergia passa pela viabilidade do carro-chefe (sem trocadilhos) do consumo da energia verde. Gastos em P&D implicam riscos, mas quanto mais integradas as ações em C&T&I (menos modular) maior a necessidade de atenção com os pontos críticos, aqueles que podem colocar tudo a perder.

Na década de 80, no início do Núcleo de Economia Agrícola da Unicamp, praticamente descartava-se a importância da terra como ativo para a produção agrícola: das fazendas à biotecnologia passava-se da questão agrária para o mundo admirável da intensificação dos fatores produtivos na agricultura, na forma de máquinas e insumos. A lusitana roda e o mundo gira, como falava o bardo: o tema central tanto da apresentação da professora Madhu Khanna quanto do professor Hilton Silveira é o uso adequado da terra e de como as trajetórias tecnológicas da agricultura passaram a depender da capacidade de utilizar a alta ciência (dos equipamentos de medição aos modelos bioeconômicos simulados) para o melhor uso desse fator escasso.

A professora Madhu, na lógica schumpeteriana, mostra o chamado “porrete”: o preço da falta de coordenação entre agentes produtivos no Brasil é o de perderem competitividade para tecnologias de 2ª e 3ª gerações que não dependem integralmente do uso da terra. Na suposta pátria do liberalismo econômico, energia e agricultura são estratégicos e isto significa utilizar de um conjunto combinado de políticas produtivas e ambientais, como obrigar a utilização de biocombustíveis (como também faz o Brasil) e impor taxas sobre emissão de gases que contribuem para o aquecimento global. Sem contar na extensão do prazo para subsidiar o etanol de milho, ineficiente em seu início, hoje quase competitivo com outras fontes de matérias-primas.

O professor Hilton apontou em sua apresentação que o incentivo, o bônus dado pela natureza do ciclo da fotossíntese da cana ser C4, CO2 amigável, em parte atenuaria o possível impacto do aquecimento global, fenômeno que recolocaria os países centrais (EUA, Canadá, Europa Central), como protagonistas da cena agrícola do futuro. O problema é fazer uma transição adequada. Agroindústria implica investimentos produtivos que em parte não podem ser deslocados: uma vez que a cana invada uma certa região produtora de alimentos, o custo da recuperação é alto, independentemente do fato de que seja possível “transportar” uma usina para outro local. A importância do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar e da agricultura de baixo carbono (ou agricultura verde) é tão grande quanto a estratégia de desenvolvimento sustentável da produção sustentável de biocombustíveis e outros produtos do complexo cana, tal como formulada pelo CTBE. A diferença é que o processo de coordenação, no caso do respeito ao zoneamento proposto pelos estudos do professor Hilton e seus colaboradores, é muito mais complexo: ainda se ouve de representantes dos usineiros que “da porteira para dentro decido eu”.

O professor David não só apreciou o esforço do diálogo como contribuiu para divulgar melhor a pesquisa e a produção bionergética do Brasil. Característico de quem tem segurança na própria visão e nos trabalhos de pesquisa que coordenou, o professor David expande a teoria da difusão tecnológica na agricultura. Quando alguém reclama do hiato tecnológico entre a pesquisa e o campo, o professor de Berkeley acena com o fato de que o impacto da inovação na agricultura, ao contrário dos campos experimentais, gera efeitos encadeados sobre todo o ciclo produtivo da agricultura. Com base neste argumento, o professor considera injustificáveis as restrições impostas sobre a difusão da biotecnologia por supostos defensores da natureza: inovação tecnológica é parte de um processo amplo de busca de produção sustentável.

Retirado de: http://biologias.com/noticias/1078/Bionegocio-e-bionergia-superando-as-fronteiras-entre-setores-da-economia

Comentário: Fazer investimentos e ter uma atenção internacional em pesquisas e seminários com estudos que juntam a economia e biologia é um ato que une o útil ao agradável, ainda mais quando normalmente estas duas correntes estão, na maioria daz vezes, se enfrentando.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Vai de bike? Use uma máscara

30/09/11


Olha o pessoal aí da foto, todo feliz indo trabalhar de bicicleta. Tudo fica mais ecológico, mais limpo… Tudo, menos os seus pulmões, por conta do carbono negro que polui o ar.

Isso é o que diz um estudo feito na cidade de Londres que observou que, mesmo os ciclistas ficando menos tempo na rua do que quem vai a pé, respira mais carbono negro – aquele carbono puro feito na combustão incompleta de combustíveis fosseis. Para ser mais exato, quem vai de bicicleta inala até 2,3 vezes mais carbono negro do que quem vai andando.

Mas se os ciclistas vão mais rápido, o que os faz inalar mais carbono? A própria velocidade, pois para correr mais o corpo precisa de mais ar e, com isso, vem mais carbono negro pelas bicicletas que andam na rua, mais próximas dos escapamentos do que os pedestres na calçada.

Então fica a dica: se for andar de bicicleta por entre os carros, tente usar uma máscara para sofrer menos com a poluição.

Fonte: http://eco4planet.uol.com.br/blog/2011/09/vai-de-bike-use-uma-mascara/

Comentário: Essa vai para as pessoas que acham que por estarem fazendo um exercício físico não acabam cometendo um erro grave. Inalar carbono faz com qu nossos plmões fiquem cada vez mais debilitados, e isso é muito importante, pois sem eles, nós simplesmente morremos.

Raiz do problema da biodiversidade

19/09/11

Agência FAPESP – Florestas primárias são insubstituíveis para a manutenção da biodiversidade tropical, afirma um estudo divulgado no dia 14 no site da Nature e que será publicado em breve na edição impressa da revista.

O trabalho – uma matanálise de 138 estudos anteriores – destaca que a maior parte das formas de degradação florestal tem um efeito prejudicial enorme na biodiversidade tropical. Segundo o novo estudo, as florestas secundárias não são capazes de ocupar a lacuna deixada pelas antigas, que são fundamentais para a permanência de muitas espécies.

Florestas tropicais com pouca ou nenhuma intervenção humana estão diminuindo devido à conversão e degradação de atividades antrópicas e, em muitas regiões, têm sido substituídas por plantações, pastos ou florestas secundárias.

Luke Gibson, da Universidade Nacional de Cingapura, e colegas analisaram os diversos efeitos do uso da terra e da degradação local na biodiversidade de florestas tropicais. Um dos autores do estudo é Thomas Lovejoy, do John Heinz III Center for Science, Economics and Environment, nos Estados Unidos, e pesquisador associado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Os autores verificaram que a dimensão da perda de biodiversidade depende de fatores como região geográfica, grupos taxonômicos analisados, tipo de intervenção humana no local e da medida utilizada para calcular a própria perda.

“Alguns cientistas têm afirmado que as florestas tropicais degradadas são capazes de manter níveis elevados de biodiversidade, mas nosso estudo demonstra que isso raramente ocorre”, disse Gibson.

“Não há substituto para as florestas primárias. Todas as principais formas de intervenção [humana] invariavelmente reduzem a biodiversidade em florestas tropicais”, disse o pesquisador. Segundo ele, a proteção das florestas primárias deve ser uma das prioridades da conservação mundial.
Fonte: http://biologias.com/noticias/1064/Raiz-do-problema-da-biodiversidade

Comentário: Saber qual é a verdadeira razão dos problemas ambientas faz uma enorme diferença na maneira em como efetuaremos uma preservação eficiente de nossas florestas ao redor do mundo, tentando conservar as florestas primárias, que segundo este estudo, são a matriz de um bioma equilibrado.