segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Há outra forma de estudar DNA, RNA e proteínas

31/10/11

Equipe que cria novo método envolve investigadores da Universidade do Porto

Agostinho Antunes e Guillermin Aguero-Chapin, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, Universidade do Porto, desenvolveram com uma equipe de oito cientistas internacionais uma nova metodologia para o estudo de Biopolímeros.

O estudo de Biopolímeros é importante para “poder estudar genes e proteínas que apresentem uma elevada divergência sequencial e incluir na análise simultaneamente a informação da sequência e estrutura dos genes”, explica Agostinho Antunes ao Ciência Hoje.

Os métodos clássicos de alinhamento de sequências de nucleótidos e aminoácidos são "pouco efectivos" para o estudo de genes e proteínas que apresentem uma elevada divergência sequencial. Esse é o caso, por exemplo, da classe de genes ITS2 (internal transcribed spacer 2) nos seres vivos com células eucarióticas, ou seja, com um núcleo celular rodeado por uma membrana (DNA compartimentado e consequentemente separado do citoplasma).

Na investigação, publicada recentemente na revista internacional Plos One, foi desenvolvida uma metodologia baseada em índices topológicos que sintetizaram a informação da sequência e estrutura dos genes ITS2.

Esta nova metodologia “pode ser aplicada em estudos de genes/proteínas envolvidos em doenças genéticas, estudo de genes/proteínas de agentes infecciosos ou de organismos produtores de compostos bioactivos” e vai permitir a “utilização de informação sequencial e estrutural de biopolímeros em simultâneo”, afirma o geneticista.

Na prática, “pode ser facilmente aplicada através de um software desenvolvido por nós e de livre acesso”, acrescenta.

Fonte: http://biologias.com/noticias/1101/Ha-outra-forma-de-estudar-DNA-RNA-e-proteinas

Comentário: Qualquer método que nos ajudar a estudar nosso corpo e composição de outros seres é bem-vinda, em nome no progresso.

25/10/2011


Países da África, Caribe e Pacífico Sul afirmaram nesta terça-feira que a China e os Estados Unidos, grandes emissores de gases de efeito estufa, estavam caminhando lentamente no combate às alterações climáticas e pediram que os líderes na cúpula da Comunidade Britânica (Commonwealth) esta semana exijam uma ação imediata nas negociações climáticas globais em novembro.

"As evidências científicas disponíveis para nós mostram que devemos agir agora", disse o primeiro-ministro de Samoa, Tuilaepa Malielegaoi, depois de uma reunião de 48 pequenas ilhas e nações em desenvolvimento em Perth.

"Esta é a mensagem que queremos dar ao mundo inteiro, que todos nós somos um", disse ele em entrevista coletiva antes da cúpula do Commonwealth, que começa na sexta-feira.

O aquecimento global deverá ser o foco do Encontro de Chefes de Governo da Commonwealth (CHOGM), antes da conferência sobre mudança climática da ONU na África do Sul a partir de 28 de novembro.

Muitos membros da comunidade são nações em desenvolvimento vulneráveis ao aumento previsto de mais secas extremas, inundações, elevação do nível dos mares e disseminação de doenças infecciosas.

Tuvalu, no Pacífico Sul, as ilhas Maldivas, no Oceano Índico, e diversas nações no Caribe temem que o aumento do nível do mar possa apaga-las do mapa. A Austrália, que está sediando o CHOGM, disse que a existência de algumas pequenas nações depende de o mundo evitar o aquecimento global médio de dois graus Celsius.

"Se não conseguirmos fazer isso, podemos dar adeus a alguns pequenos Estados insulares", disse o chanceler australiano, Kevin Rudd. Samoa citou diretamente a China e os Estados Unidos por fracassarem em agir a respeito da mudança climática, enquanto a Austrália observou que, embora 48 pequenos estados tenham sentido o maior impacto da mudança climática, eles representavam menos de 1 por cento das emissões.

"Dois dos maiores países (China e Estados Unidos), responsáveis por quase 40% das emissões, não parecem estar próximos de seus compromissos", disse Malielegaoi.

O governo Obama protelou os esforços de estabelecer um preço para as emissões de carbono por causa da oposição política e empresarial e só vai aceitar um acordo climático mais amplo se todos os principais emissores de carbono concordarem com os passos para reduzir a poluição de gases de efeito estufa. A China não vai assinar a menos que Washington o faça, mas promulgou metas de intensidade de carbono em toda a economia e tomou outras providências.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5434380-EI238,00-Paises+pequenos+pedem+acao+climatica+imediata.html


Comentário: Temos então mais um exemplo de joguinho de empurra-empurra para quem deve começar a se mexer para fazer algo pela saúde do mundo. E mesmo tendo vidas humanas, tidas como superiores, as potências econômicas ainda demoram para tomar alguma medida forte. Lamentável é a palavra que define tudo isso.

10 espécies cuja população diminui porque a nossa aumenta

20/10/11

Um levantamento feito pelas Nações Unidas garante: antes do final desse ano, a população de seres humanos no planeta deve atingir a marca de 7 bilhões. Enquanto esse número ainda segue crescente, há certos habitantes do planeta fazendo o caminho contrário: a população de animais está decrescendo a níveis alarmantes.
O século XXI apresenta um novo panorama relacionado à extinção. Se os índices atuais forem mantidos, os cientistas calculam que 75% das espécies de hoje devem ser totalmente erradicadas do planeta nos próximos 300 a 2.000 anos. Conheça dez exemplos em que a diminuição populacional, e não o aumento, deve ameaçar a existência em um futuro perigosamente próximo.

10 – FURÃO DE PÉS NEGROS

Um mapa dos Estados Unidos que mostra as áreas onde vive esse pequeno mamífero norte-americano também mostra uma triste figura. As “manchas” de habitat do furão de pés negros (Mustela nigripes) praticamente sumiram. A trágica história desse mamífero começou nos anos 90, quando agricultores dos EUA se envolveram em um esforço nacional para combater o “cão de pradaria”, roedor que estraga plantações.
Isso foi um golpe duro à população de furões, que têm uma dieta 90% composta de cães de pradaria, e cujo habitat (campos de mata rasteira) foi reduzido a apenas 2% da área original. Em 1986, um levantamento americano apontou um número desesperador: havia apenas 18 furões espalhados pelo país inteiro. Desde então, um programa ambiental elevou essa população acima de mil, mas a espécie segue ameaçada.

9 – PEIXE-GATO-GIGANTE

O Rio Mekong, décimo mais volumoso do mundo, nasce em campos da província chinesa do Tibet e cruza seis países do sudeste asiático por 1.535 quilômetros. Em suas águas, está escondido um drama: a quase extinção do Pangasianodon gigas, nome científico para um peixe que chega a atingir três metros de comprimento e mais de 270 quilos.
Na última década, 90% da população original do peixe-gato-gigante simplesmente sumiram do mapa, de modo que restaram cerca de 300 indivíduos no planeta. A própria distribuição do peixe pelo rio dá uma noção do problema: antigamente, eles apareciam por toda a extensão do rio asiático. Agora, ocupam menos da metade desse espaço.

8 – VAQUITA

Você já falar da vaquita? Não se trata de um mamífero terrestre, como talvez você tenha imaginado, mas de uma espécie de boto. Notória pelo pequeno espaço no mundo que habita (apenas alguns quilômetros quadrados no Golfo da Califórnia, no México), a Phocoena sinusis é um dos animais aquáticos mais ameaçados do mundo.
Tal como várias espécies marinhas, a maior ameaça à vaquita eram as redes de pesca predatória, até recentemente. Em 2000, um levantamento do governo mexicano constatou que as redes de pesca matavam de 39 a 84 indivíduos da já reduzida espécie a cada ano. Diante do índice, o governo reduziu o número de redes em 80%, o que amenizou a situação. Mesmo assim, a poluição do mar segue como fator predominante para manter as vaquitas sob ameaça.

7 – LIBÉLULA ESMERALDA

Certos animais sob risco de extinção comovem a opinião pública, mas os insetos raramente se encaixam neste perfil. O panorama para eles, no entanto, é igualmente crítico: algumas espécies devem desaparecer da face da Terra em breve. Um inseto americano, a libélula esmeralda (Somatochlora hineana), apresenta um dos piores índices.
No caso de insetos, em geral, o que contribui para a destruição é a erradicação de ambientes úmidos próprios para o desenvolvimento das espécies. Quando há diminuição da área, a redução populacional é uma consequência direta.

6 – SALAMANDRA OZARK

Se você observar uma foto desse animal, já pode imaginar que é uma espécie exótica. A salamandra Ozark (Cryptobranchus alleganensis), que habita a América do Norte, apareceu apenas recentemente na lista de espécies em extinção. Há menos de 600 indivíduos atualmente, já que a população foi reduzida em 75% nas últimas décadas.
As principais ameaças à salamandra Ozark, que habita rios de alguns estados dos EUA, são não apenas a redução do ambiente em si, mas da qualidade dele. No caso, o fator mais prejudicial é a poluição da água.

5 – GAVIAL

O nome científico, Gavialis gangeticus, já dá uma ideia de onde este animal semelhante ao crocodilo habita: entre outros lugares, as águas do Rio Ganges, na Índia. Atualmente, no entanto, os cientistas poderiam trocar o nome científico do gavial, porque ele foi erradicado da Índia e de outros quatro países. Restam apenas cerca de 1.500 indivíduos da espécie.
A situação já era preocupante nos anos 90, quando a outrora grande população do gavial já estava abaixo dos dez mil. 98% dos lugares onde ele vivia não são mais aptos para sua sobrevivência.

4 – GIBÃO DE CRISTA NEGRA DE HAINAN

Vamos pelo princípio: você já viu um gibão? É um primata semelhante ao macaco. Há várias espécies, mas uma delas, em especial, está sob grave risco. É o Nomascus hainanus, que habita apenas a ilha de Hainan, na China.
Como estão restritos à ilha, é fácil fazer um levantamento populacional. E o número foi alarmante: antes de 1960, havia mais de 2.000 desses primatas, e hoje não há mais de treze indivíduos pela ilha inteira. No caso deles, a indústria primária foi o problema: com produção de borracha nas áreas rasteiras, os gibãos tiveram que migrar para o alto das árvores, onde a oferta de alimentos é menor.

3 – ‘AKIKIKI

A pequena ilha de Kaua’i, no Havaí, guarda um problema relacionado a uma classe animal ainda não tratada nesta lista: as aves. O pequeno pássaro ‘Akikiki habita exclusivamente a ilha, onde há menos de 1.500 indivíduos atualmente.
O problema das aves no Havaí é crítico: das 71 espécies catalogadas na região em 1778, 26 já deixaram de existir completamente, e outras 32 estão em situação semelhante à do ‘Akikiki. O modo como as espécies sumiram também é inusitado: alguns pássaros morreram em massa por contaminação de doenças passadas por insetos.

2 – DYSPIS BREVICAULLIS

Se você acompanha o problema de extinção não apenas nos animais, mas também em plantas, há também algo importante a se destacar. Uma espécie vegetal curiosa, que é uma pequena árvore cujas folhas parecem nascer do chão, tem sua população sensivelmente reduzida. Atualmente, é encontrada em apenas três pequenas regiões da ilha de Madagascar. A agricultura, nesse caso, é um fator que tem dizimado a espécie, não apenas pela redução de áreas nativas, mas por certos produtos químicos usados no solo.

1 – CORAL CHIFRE-DE-ALCE

Voltamos aos animais, mas essa espécie também não está entre as mais lembradas. Os recifes de Coral do Caribe, de forma geral, são “sustentados” pela espécie chifre-de-alce (Acropora Palmata), que sempre marcou presença constante na região. Com o nome dado em alusão aos seu formato, essa espécie era abundante até a década de 80. Desde então, a população foi reduzida em trágicos 95%, especialmente devido à uma doença altamente contagiosa no ambiente.

Fonte: http://biologias.com/noticias/1092/10-especies-cuja-populacao-diminui-porque-a-nossa-aumenta

Comentário: Um pequeno exemplo de como a humanidade não pensa em suas atitudes e multiplicação. Dizem que Deus disse Crescei e multiplicaívos", mas esse crescimento descontrolado em todos os cantos do mundo sem se importar com os outros seres é algo que nenhum deus gostaria de ver, por isso provavelmente não terei filhos.

Doença misteriosa mata dezenas de focas no Alasca

Uma doença misteriosa, possivelmente um vírus, matou dezenas de focas aneladas na costa do Alasca, de acordo com uma agência federal e uma local. As focas doentes têm chegado à praia na costa do Ártico desde julho. O número de vítimas aumentou ao longo dos meses, afirmaram os biólogos do Departamento de Controle da Vida Selvagem e de outras agências na quinta-feira.

Cerca de 100 animais doentes foram encontrados perto de Barrow, a comunidade mais ao norte do país. Metade deles morreu, disseram os biólogos locais. Em outros locais do município, os moradores registraram ter visto 146 focas aneladas se arrastando pelas praias - muitas delas doentes, afirmaram biólogos.

As focas aneladas raramente chegam até a praia e passam a maior parte do ano na água ou em pedaços de gelo, de acordo com o Serviço de Pesca da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Biólogos disseram acreditar que a doença seja causada por um vírus. Os sintomas incluem lesões com sangue nas barbatanas traseiras, pele irritada ao redor do nariz e dos olhos e perda de pelo.

14/10/11

Os especialistas afirmaram que o surto misterioso pode não estar limitado às focas aneladas. Algumas morsas foram encontradas mortas na costa noroeste do Alasca com lesões similares. Caçadores locais também relataram ter encontrado lesões de pele em outro tipo de foca. Não estava claro se as lesões encontradas nas morsas eram decorrentes da mesma doença das focas aneladas, disse Bruce Woods, porta-voz do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA. "No momento, estamos no escuro".

As locações remotas e outras dificuldades de logística tornam impossível providenciar atendimento veterinário aos animais que estão doentes na praia, disse o biólogo Jason Herreman. "As focas encontradas mortas são recolhidas para análise. As focas que estão doentes, mas permanecem vivas, são deixadas para que se recuperem sozinhas", disse ele em um email, acrescentando que os animais estão sendo enviados a diversos laboratórios de Anchorage e de outros locais.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5412988-EI8145,00-Doenca+misteriosa+mata+dezenas+de+focas+no+Alasca.html


Comentário: A causa desta doença deve ser descoberta o quanto antes para aque não se alastre, apesar dos indícios de terem sido encontrados os mesmos sintomas da doença em outros animais. Se tratando de animais que vivem em água, uma medida deve ser tomada rapidamente, pois a água tem contato cm muitos lugares, ainda mais a de um oceano.

Bionegócio e bionergia: superando as fronteiras entre setores da economia

05/10/11

No último dia 15, o Instituto de Economia da Unicamp promoveu o seminário Bioenergia: “Alternativas e Avaliação de Impactos no Brasil e nos EUA”.

O Seminário foi organizado para receber os professores David Zilberman, da Universidade de Berkeley, e Madhu Khanna, da Universidade de Illinois, ambos profundamente envolvidos com alguns dos temas mais polêmicos da atualidade: as alternativas energéticas baseadas no poder da fotossíntese – a fotossíntese em tempo real, como fala Eduardo Trigo, renomado economista argentino – em comparação com o uso de combustíveis fósseis e outras fontes alternativas de energia. Os dois atuam no Energy Biosciences Institute (EBI), um instituto financiado pela British Petroleum e localizado nas duas universidades, com um orçamento de US$ 500 milhões para 10 anos de pesquisa, com foco em 2ª geração a partir de gramíneas.

A idéia foi aproveitar a visita para estabelecer um diálogo franco e qualificado com os visitantes. Para tanto, convidamos três dos mais importantes professores na área e fomos felizes em contar com visões distintas e complementares: os professores Luiz Cortez, Arnaldo Walter e Hilton Silveira, os três da Unicamp.

O professor Cortez, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e da Fapesp, fez um panorama geral da agroindústria canavieira, mostrou dados sobre uso da terra e falou do zoneamento agroclimático da cana-de-açúcar no Brasil, passando a visão clara de que se deve superar a crítica fácil de que haja uma correspondência entre a expansão da bionergia e aumento de emissões de gases que contribuem para o aquecimento global. Apresentou a seguir a contribuição da Fapesp para a pesquisa em bioenergia, ressaltando os avanços do Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen), o que ficou claro para qualquer visitante do seminário BBest, ocorrido em Campos de Jordão, em agosto.

O cenário apresentado pelo professor Cortez mostra que desenvolver novos mercados baseados em novas tecnologias, mesmo potencializando uma ampla organização prévia, demanda uma base ampla de conhecimento, da biologia aos estudos socioeconômicos. Uma questão salta aos olhos: apesar de os recursos alocados no Bioen próximos a US$ 10 milhões/ano (2008 a 2012) serem substanciais, seriam suficientes para dar conta da complexidade do programa, que contempla desde ciência básica em genética até pesquisas sobre o desempenho de motores, passando por estudos sobre etanol de 2ª geração? Uma comparação com o projeto do Energy Bioscience Institute sugere que os resultados do Bioen também dependem de boas parcerias e de cooperação internacional, o que vem ocorrendo, principalmente pelo apoio da Fapesp.

A multidisciplinaridade dos temas e dos enfoques sobre a bioenergia foi reforçada pela apresentação do professor Arnaldo Walter, que respondeu à provocação do moderador sobre o modesto papel cumprido até pouco tempo atrás pelo governo federal na área de bionergia. Como resposta, apontou que o governo investiu 35 milhões de euros na montagem do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Etanol (CTBE), um centro de pesquisa de alto nível com 110 pesquisadores e com capacidade para contar com a “massa crítica” das universidades e centros de pesquisa localizados ao seu redor (USP, incluindo Esalq, Unicamp, Lorena, IAC, IPT, Embrapa).

O mote de sustentabilidade guia a orientação dos trabalhos de pesquisa em várias áreas e não somente o conhecimento específico sobre impactos do cultivo da cana no ambiente. Isto coloca a visão estratégica do CTBE na categoria de ações que se voltam para gerar um conjunto de “tecnologias limpas” – dentro do possível e do aceitável, como diz o economista René Kemp, do Merit, na Holanda – ao invés de buscar soluções mitigadoras, aplicáveis no final do processo (poluidor).

Isto não significa desprezar a busca de ganhos de produtividade, do melhor aproveitamento dos recursos por litro de etanol obtido: as agendas de pesquisa são paralelas, mas se encontram nos resultados: um melhor aproveitamento da matéria-prima, via hidrólise, viabiliza a cana-de-açúcar como matéria-prima do bioenegócio mais importante do Brasil, reduzindo seu impacto sobre a produção de alimentos. A pesquisa com uma nova colheitadeira torna ainda mais viável a política ambiental de eliminar a prática da queima da cana para fins de colheita, além de estabelecer o nexo entre pesquisa pública e empresas inovadoras.

Em resumo, a apresentação do professor Arnaldo Walter revelou que a estratégia do CTBE é ao mesmo tempo clara e complexa. Opera realisticamente no campo da primeira e segunda gerações, buscando resultados em paralelo e também atua na viabilização das atividades agrícolas com foco na criação de meios e critérios para a implementação progressiva de etanol e outros produtos capazes de apresentar a condição de “produtos sustentáveis”. A clara definição das estratégias viabiliza a formação de parcerias com organizações internacionais e com os avanços realizados – principalmente no campo da pesquisa básica – pelos projetos da Fapesp. A articulação dos objetivos no tempo se dá pela ideia de que existe um conhecimento científico e tecnológico capaz de operar a transição da produção agrícola de cana para o bionegócio em energia.

O professor David, em seu blog ( http://blogs.berkeley.edu ), comenta que os brasileiros são orgulhosos de seu projeto bioenergético, ao mesmo tempo que em outro comentário, aponta que somos francos (ao ponto da ingenuidade) de admitir (como o assessor de Clinton) que o problema da difusão tecnológica depende “da economia, estúpido”. O Brasil, ainda que com muito menos intensidade, também procura tornar o carro flex mais eficiente, só que isto não anula o fato de que a competição dos velhos e novos usos da matéria-prima cana-de-açúcar com o uso como combustível líquido é crescente e que qualquer estratégia em bioenergia passa pela viabilidade do carro-chefe (sem trocadilhos) do consumo da energia verde. Gastos em P&D implicam riscos, mas quanto mais integradas as ações em C&T&I (menos modular) maior a necessidade de atenção com os pontos críticos, aqueles que podem colocar tudo a perder.

Na década de 80, no início do Núcleo de Economia Agrícola da Unicamp, praticamente descartava-se a importância da terra como ativo para a produção agrícola: das fazendas à biotecnologia passava-se da questão agrária para o mundo admirável da intensificação dos fatores produtivos na agricultura, na forma de máquinas e insumos. A lusitana roda e o mundo gira, como falava o bardo: o tema central tanto da apresentação da professora Madhu Khanna quanto do professor Hilton Silveira é o uso adequado da terra e de como as trajetórias tecnológicas da agricultura passaram a depender da capacidade de utilizar a alta ciência (dos equipamentos de medição aos modelos bioeconômicos simulados) para o melhor uso desse fator escasso.

A professora Madhu, na lógica schumpeteriana, mostra o chamado “porrete”: o preço da falta de coordenação entre agentes produtivos no Brasil é o de perderem competitividade para tecnologias de 2ª e 3ª gerações que não dependem integralmente do uso da terra. Na suposta pátria do liberalismo econômico, energia e agricultura são estratégicos e isto significa utilizar de um conjunto combinado de políticas produtivas e ambientais, como obrigar a utilização de biocombustíveis (como também faz o Brasil) e impor taxas sobre emissão de gases que contribuem para o aquecimento global. Sem contar na extensão do prazo para subsidiar o etanol de milho, ineficiente em seu início, hoje quase competitivo com outras fontes de matérias-primas.

O professor Hilton apontou em sua apresentação que o incentivo, o bônus dado pela natureza do ciclo da fotossíntese da cana ser C4, CO2 amigável, em parte atenuaria o possível impacto do aquecimento global, fenômeno que recolocaria os países centrais (EUA, Canadá, Europa Central), como protagonistas da cena agrícola do futuro. O problema é fazer uma transição adequada. Agroindústria implica investimentos produtivos que em parte não podem ser deslocados: uma vez que a cana invada uma certa região produtora de alimentos, o custo da recuperação é alto, independentemente do fato de que seja possível “transportar” uma usina para outro local. A importância do zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar e da agricultura de baixo carbono (ou agricultura verde) é tão grande quanto a estratégia de desenvolvimento sustentável da produção sustentável de biocombustíveis e outros produtos do complexo cana, tal como formulada pelo CTBE. A diferença é que o processo de coordenação, no caso do respeito ao zoneamento proposto pelos estudos do professor Hilton e seus colaboradores, é muito mais complexo: ainda se ouve de representantes dos usineiros que “da porteira para dentro decido eu”.

O professor David não só apreciou o esforço do diálogo como contribuiu para divulgar melhor a pesquisa e a produção bionergética do Brasil. Característico de quem tem segurança na própria visão e nos trabalhos de pesquisa que coordenou, o professor David expande a teoria da difusão tecnológica na agricultura. Quando alguém reclama do hiato tecnológico entre a pesquisa e o campo, o professor de Berkeley acena com o fato de que o impacto da inovação na agricultura, ao contrário dos campos experimentais, gera efeitos encadeados sobre todo o ciclo produtivo da agricultura. Com base neste argumento, o professor considera injustificáveis as restrições impostas sobre a difusão da biotecnologia por supostos defensores da natureza: inovação tecnológica é parte de um processo amplo de busca de produção sustentável.

Retirado de: http://biologias.com/noticias/1078/Bionegocio-e-bionergia-superando-as-fronteiras-entre-setores-da-economia

Comentário: Fazer investimentos e ter uma atenção internacional em pesquisas e seminários com estudos que juntam a economia e biologia é um ato que une o útil ao agradável, ainda mais quando normalmente estas duas correntes estão, na maioria daz vezes, se enfrentando.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Vai de bike? Use uma máscara

30/09/11


Olha o pessoal aí da foto, todo feliz indo trabalhar de bicicleta. Tudo fica mais ecológico, mais limpo… Tudo, menos os seus pulmões, por conta do carbono negro que polui o ar.

Isso é o que diz um estudo feito na cidade de Londres que observou que, mesmo os ciclistas ficando menos tempo na rua do que quem vai a pé, respira mais carbono negro – aquele carbono puro feito na combustão incompleta de combustíveis fosseis. Para ser mais exato, quem vai de bicicleta inala até 2,3 vezes mais carbono negro do que quem vai andando.

Mas se os ciclistas vão mais rápido, o que os faz inalar mais carbono? A própria velocidade, pois para correr mais o corpo precisa de mais ar e, com isso, vem mais carbono negro pelas bicicletas que andam na rua, mais próximas dos escapamentos do que os pedestres na calçada.

Então fica a dica: se for andar de bicicleta por entre os carros, tente usar uma máscara para sofrer menos com a poluição.

Fonte: http://eco4planet.uol.com.br/blog/2011/09/vai-de-bike-use-uma-mascara/

Comentário: Essa vai para as pessoas que acham que por estarem fazendo um exercício físico não acabam cometendo um erro grave. Inalar carbono faz com qu nossos plmões fiquem cada vez mais debilitados, e isso é muito importante, pois sem eles, nós simplesmente morremos.

Raiz do problema da biodiversidade

19/09/11

Agência FAPESP – Florestas primárias são insubstituíveis para a manutenção da biodiversidade tropical, afirma um estudo divulgado no dia 14 no site da Nature e que será publicado em breve na edição impressa da revista.

O trabalho – uma matanálise de 138 estudos anteriores – destaca que a maior parte das formas de degradação florestal tem um efeito prejudicial enorme na biodiversidade tropical. Segundo o novo estudo, as florestas secundárias não são capazes de ocupar a lacuna deixada pelas antigas, que são fundamentais para a permanência de muitas espécies.

Florestas tropicais com pouca ou nenhuma intervenção humana estão diminuindo devido à conversão e degradação de atividades antrópicas e, em muitas regiões, têm sido substituídas por plantações, pastos ou florestas secundárias.

Luke Gibson, da Universidade Nacional de Cingapura, e colegas analisaram os diversos efeitos do uso da terra e da degradação local na biodiversidade de florestas tropicais. Um dos autores do estudo é Thomas Lovejoy, do John Heinz III Center for Science, Economics and Environment, nos Estados Unidos, e pesquisador associado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Os autores verificaram que a dimensão da perda de biodiversidade depende de fatores como região geográfica, grupos taxonômicos analisados, tipo de intervenção humana no local e da medida utilizada para calcular a própria perda.

“Alguns cientistas têm afirmado que as florestas tropicais degradadas são capazes de manter níveis elevados de biodiversidade, mas nosso estudo demonstra que isso raramente ocorre”, disse Gibson.

“Não há substituto para as florestas primárias. Todas as principais formas de intervenção [humana] invariavelmente reduzem a biodiversidade em florestas tropicais”, disse o pesquisador. Segundo ele, a proteção das florestas primárias deve ser uma das prioridades da conservação mundial.
Fonte: http://biologias.com/noticias/1064/Raiz-do-problema-da-biodiversidade

Comentário: Saber qual é a verdadeira razão dos problemas ambientas faz uma enorme diferença na maneira em como efetuaremos uma preservação eficiente de nossas florestas ao redor do mundo, tentando conservar as florestas primárias, que segundo este estudo, são a matriz de um bioma equilibrado.

facebook twitter orkut e-mail Grupo leva pontes para macacos à área urbana de Porto Alegre

17/09/11

Muitos macacos bugios vivem em áreas urbanas e estão mais expostos a riscos se precisam descer ao solo. Foto: Adriano Becker/Divulgação

Muitos macacos bugios vivem em áreas urbanas e estão mais expostos a riscos se precisam descer ao solo
Foto: Adriano Becker/Divulgação


Voluntários em Porto Alegre (RS) irão instalar no domingo pontes para a travessia de animais silvestres na zona sul da cidade. Integrantes do Programa Macacos Urbanos - um grupo formado por biólogos, veterinários e outros defensores da natureza - irão pendurar sobre ruas do bairro Lami duas pontes que foram criadas para ajudar na movimentação de macacos bugios.

As duas novas estruturas vão se somar a outras sete que já estão em uso. Antes da iniciativa, os bugios eram atropelados, eletrocutados nos fios da rede elétrica ou atacados por animais domésticos. Apesar de pensadas para os macacos, as pontes também têm ajudado outros animais, como gambás e ouriços, de acordo com Renata Pfau, bióloga voluntário do programa.

Segundo ela, há registros fotográficos - feitos por câmeras escondidas - e também relatos de moradores sobre a utilização das pontes pelos animais. O grupo começou a instalação das estruturas em 1995 e depende, principalmente, da venda de camisetas para conseguir recursos financeiros. O programa é vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a ação de domingo é aberta à participação da comunidade, começando às 14h na Estrada Passo da Taquara.

Vitória no Ministério Público
Além de criar alternativas para a travessia de animais em zonas urbanas, o grupo de voluntários conseguiu obrigar a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) a encapar os fios elétricos que ameaçavam a vida dos bugios. Após abrir uma denúncia no Ministério Público por maus tratos aos animais com o argumento de que a companhia possuía a tecnologia necessária para evitar o eletrocutamento de animais, mas não a utilizava, a CEEE ficou obrigada a isolar os fios em todas as áreas onde há registro de morte, queimaduras ou perda de membros nos animais devido a choques elétricos.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5353284-EI8145,00-Grupo+leva+pontes+para+macacos+a+area+urbana+de+Porto+Alegre.html

Comentário: A preocupação com os seres vivos é muito importante, pois aquela área também é deles, portanto eles têm o direito de ir e vir tanto quanto nós temos.

Flavonoides regridem tumores

05/09/11

Além de componentes naturais, pesquisadores usaram composto sintético

Estudo experimental desenvolvido no Instituto de Biologia (IB) com os flavonoides quercetina, narigina e morina, além do acetoxi DMU, mostrou-se promissor na regressão do câncer e no aumento da sobrevida em ratos. Embora os resultados sejam ainda preliminares, o tratamento terapêutico com todos os quatro compostos foi capaz de inibir em até 50% o crescimento tumoral do carcinossarcoma de Walker 256 (específico de ratos) e houve uma sobrevida de uma média de 60% dos animais na vigência de tratamento, em relação aos ratos que não receberam tratamento nenhum. Na prática, cada grupo de compostos avaliado somava dez ratos. Destes, em uma média de quatro, o tumor regrediu completamente com o tratamento proposto, sendo que, nos outros seis, o tamanho do tumor diminuiu 50%.

Outros avanços comemorados pela bióloga Camila de Andrade Camargo, autora da pesquisa de doutorado, e pelo seu orientador, o docente do IB Hiroshi Aoyama, foram a diminuição da caquexia provocada pelo câncer em estágios avançados, além de resultados enzimáticos substantivos. “O tumor requer vasos sanguíneos para crescer e, no estudo, foi dosada a proteína VEGF (fator de crescimento vascular endotelial), relacionada ao crescimento desses vasos sanguíneos ao redor do tumor. Os ratos tratados com os flavonoides, compostos bioativos encontrados nos vegetais, e com o acetoxi DMU, composto sintético análogo ao resveratrol (no estudo sintetizado pelo professor Carlos Roque, do Instituto de Química), inibiram a ação dessa proteína. “Também testamos proteinases ligadas à invasão tumoral e à metástase. Nos ratos tratados, estas proteinases apresentaram menor atividade”, informa a pesquisadora.

O resveratrol (antioxidante que em geral previne o envelhecimento e as doenças cardíacas) tornou-se mais conhecido por meio do difundido ‘paradoxo francês’, uma expressão adotada pelos anglo-saxões e nutricionistas para se referir ao notório paradoxo entre a alimentação dos franceses e a sua saúde que, dentre os seus hábitos mais comuns, está a ingestão de um cálice de vinho por dia. “Alguns estudos relacionados ao consumo de vinho deixaram claro que as pessoas que o consomem moderadamente podem ter menos doenças cardíacas que as pessoas que não o ingerem”, assegura Camila de Andrade.

Alguns estudos, menciona Hiroshi Aoyama, apontam que o consumo de alimentos ricos nesses compostos está associado a uma redução no risco de desenvolvimento de certas doenças, provavelmente por sua ação antioxidante, que protege as células contra os danos causados pelos ataques dos radicais livres. O principal mecanismo protetor se dá através da diminuição na oxidação das moléculas de LDL (o “colesterol ruim”) e do aumento do HDL (o “bom colesterol”), melhorando o perfil de gorduras que circulam no sangue. Além disso, eles demonstram ação anti-inflamatória, o que reduziria os riscos cardiovasculares. Muitos deles foram descritos também como potentes anti-hemorrágicos, antialérgicos e anti-hipertensivos, dentre outras atividades.

O modelo tumoral escolhido, o carcinossarcoma de Walker 256 – que apresenta um comportamento biológico agressivo, sendo localmente invasivo e com alto poder de metástase – é um tumor genérico que se assemelha a alguns tipos de câncer no ser humano. É parecido com aqueles que provocam caquexia nos pacientes em fases avançadas, como o pulmonar, o pancreático e o gastrointestinal, etc. Nos ratos avaliados, como era de se prever, estes tumores também desencadearam caquexia. “Tentei empregar o tratamento terapêutico com os compostos naturais para verificar se eram capazes de inibir o crescimento tumoral ou prevenir a caquexia”, relata a bióloga.

A síndrome da caquexia representa um estado metabólico complexo no organismo do paciente. Ela é geralmente caracterizada pela perda de peso progressiva, que ocorre devido ao uso das reservas de gorduras e também dos músculos do corpo do paciente para o suprimento do tumor. Portanto, esta síndrome está diretamente ligada à baixa qualidade de vida, sendo responsável por uma diminuição significativa no tempo de vida dos pacientes com câncer. No trabalho de Camila e de Hiroshi Aoyama, foi possível abrandar tal caquexia.

Testes

As células tumorais (obtidas com a professora Maria Cristina Cintra Gomes Marcondes, do Departamento de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia e Biofísica do IB) foram inoculadas na coxa dos ratos para o desenvolvimento de um tumor sólido. O tamanho dos tumores dos animais era medido três vezes por semana. Várias doses dos compostos foram testadas a fim de se encontrar a melhor dose. A sobrevida dos ratos foi igualmente analisada. Aqueles com tumor que receberam o tratamento com os quatro compostos viveram mais tempo que os ratos com tumor que não receberam tratamento nenhum.

Hiroshi adverte que os flavonoides, não obstante a sua ação antioxidante, dependendo de sua concentração, podem atuar também como pró-oxidantes, levando ao aparecimento de radicais livres, espécies reativas de oxigênio que podem causar danos ao organismo. No caso do experimento de Camila, uma certa dose de cada composto mostrou-se benéfica. Mas, aumentando-a, o animal não apresentou melhora nenhuma. “Por isso deve-se ter cuidado para que as pessoas não se adiantem querendo aplicar os nossos conhecimentos, ainda básicos. Ao invés de terem um efeito benéfico, poderão ter prejuízos se os utilizarem em grandes quantidades.”

Segundo a pesquisadora, foram feitos ainda testes para verificar o estado dos órgãos sexuais dos animais, em colaboração com a professora Mary Anne Heidi Dolder, também do Departamento de Anatomia, Biologia Celular e Fisiologia e Biofísica. Averiguou-se particularmente o peso e a morfometria (análises em nível celular) dos seus testículos. O peso dos testículos dos ratos com tumor, sem os tratamentos, foi menor em relação ao dos animais com tumor tratados com os compostos (estes apresentaram peso semelhante aos dos animais controle, sem tumor). Somando-se aos resultados obtidos nas análises de morfometria, concluiu-se que os tratamentos foram eficazes em proteger os órgãos sexuais dos animais.

A bióloga conta que a quercetina é encontrada em grande medida no vinho tinto, cebola, maçã e nos chás verde e preto; a morina em figos, goiabas e amêndoas, e a narigina em frutas cítricas como a laranja e a mexerica. O consumo in natura deve ser inclusive estimulado, acredita Hiroshi Aoyama. “A contribuição futura do estudo concorrerá para que este tratamento sirva como terapêutica contra o câncer em seres humanos”, completa o professor.

Ele salienta que, em suas linhas de pesquisa, desenvolvidas no Laboratório de Enzimologia do IB, estudam-se desde a parte básica relacionada à purificação de enzimas e determinação de seus parâmetros cinéticos in vitro (no tubo de ensaio) até os estudos com compostos naturais, em cultura de células, para verificar se eles têm alguma atividade anticancerígena; e ainda o trabalho de Camila, sobre compostos naturais in vivo. “Sou responsável pela linha de pesquisa da purificação e caracterização de enzimas in vitro e in vivo. Já a parte de cultura de células é feita em colaboração com a professora do IB Carmen Veríssima Ferreira”, comenta Hiroshi Aoyama. Em seu laboratório, os flavonoides já foram testados in vitro e em células normais e cancerígenas e, agora, a grande contribuição é com um experimento in vivo (feito em animais). Tais compostos já existem comercialmente, diz o orientador. É o caso das cápsulas de quercetina. Os testes nesta tese foram feitos apenas com o carcinossarcoma de Walker 256. Portanto, ainda não é prudente fazer extrapolações para outros tipos de câncer, já que, até chegar à cura, há muito por se estudar. “Vai aí pelo menos uma década até gerar uma patente e ganhar as prateleiras dos laboratórios”, constata o orientador da tese. Dar continuidade a esses experimentos é uma das metas do grupo de pesquisa de Hiroshi Aoyama pois, para chegar aos seres humanos, muitas outras análises bioquímicas necessárias.

Fonte: http://biologias.com/noticias/1052/Flavonoides-regridem-tumores

Comentário: Importante estudo sobre o câncer que, se continuar sendo apoiado e tendo investimentos, neste ritmo, poderá trazer a cura para diversos tipos do mesmo, como o pulmonar, o pancreático e o gastrointestinal. Muitas vidas poderão ser salvas se os cientistas obtiverem sucesso em sua pesquisa.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Hibridação com Neandertais melhorou resistência imunológica dos “Homo sapiens”

29/08/11

Estudo sugere que devido a cruzamento o homem moderno ficou apto a sobreviver na Europa

Quando saiu de África e rumou até à Europa, o Homo sapiens teve contato com o Homo neanderthalensis. Essa teoria ficou provada quando, há não muito tempo, investigadores do Instituto Max Plank (Alemanha) descobriram que o ser humano moderno europeu e asiático têm entre um e quatro por cento de DNA Neandertal.

Um artigo agora publicado na «Science» vem acrescentar que a genética dos Homo sapiens foi melhorada pelo cruzamento. A equipe de investigação identificou vários genes e regiões do DNA que foram ‘cedidos’ pela aquela espécie ao sistema imunitário que o ser humano ainda possui.

Dirigido por Peter Parham (Universidade de Stanford), o estudo permitiu conhecer os genomas tanto de Neandertais como de hominídeos de Denisova (espécie recentemente descoberta na gruta de Denisova, Sibéria).

Investigações anteriores tinham já sugerido que o cruzamento entre estes três hominídeos que habitavam o planeta há 60 mil anos aconteceu na Eurásia, razão pela qual se identificou 2,5 por cento de DNA Neandertal em todos os humanos não africanos. Também se detectou parte de DNA denisoviano em populações asiáticas, sobretudo na Melanésia, onde a percentagem de DNA ancestral ascende a seis por cento.

O que este estudo traz de novo é a importância da hibridação. As atenções dos investigadores centraram-se no sistema sistema antígeno leucocitário humano (HLA), pois este está submetido à pressão das doenças e entra facilmente em mutação.

A comparação das sequências genómicas mostrou que vários genes do HLA (como o B*51 e o C*07) eram próprios da evolução dos Neandertais e passaram para as populações de sapiens. O mesmo se passava com uma região chamada HLA classe I. As percentagens da presença entre os europeus era de 50 por cento, nos asiáticos de 80 por cento e nas populações da Papua Nova Guiné até 95 por cento. No entanto, não se encontrava entre a população africana.

Foram também encontrados nos asiáticos genes próprios do genoma dos hominídeos de Denisova.

Os autores defendem que a mestiçagem com outras espécies melhorou os humanos modernos para os defender de patogénicos presentes na Europa e na Ásia. Trata-se, afirma, de um “exemplo claro de seleção natural”: aqueles que possuíam os genes protetores, ou seja, os híbridos, ficaram mais aptos para sobreviver.

Artigo: The Shaping of Modern Human Immune Systems by Multiregional Admixture with Archaic Humans

Fonte: http://biologias.com/noticias/1045/Hibridacao-com-Neandertais-melhorou-resistencia-imunologica-dos-Homo-sapiens-

Comentário: Isso só tem a comprovar de que algumas mutações nos ajuadaram a chegar até aqui, e desvendar um pouco de como chegamos até aqui. Também nos ajuda a buscar novos modos de nos tornar mais resistente à patologias existentes nos dias de hoje.

Golfinhos que 'pescam' com conchas surpreendem cientistas

26/08/2011
Os golfinhos sacodem conchas no ar para tirar os peixes que estavam escondidos ali. Foto: BBC Brasil

Um método de pesca com conchas pode estar se espalhando entre a população de golfinhos da Austrália
Foto: BBC Brasil

Pesquisadores acreditam que um método de pesca com conchas pode estar se espalhando entre a população de golfinhos de Shark Bay, no Oeste da Austrália. Os cientistas fotografaram golfinhos-nariz-de-garrafa do Indo-Pacífico (Tursiops aduncus) pegando conchas com o bico e as sacudindo no ar fazendo com que a água saísse de dentro delas, assim como os peixes que estavam escondidos ali.

O pesquisador Simon Allen, da Universidade de Murdoch, diz que o comportamento - raramente visto anteriormente - parece estar se tornando mais frequente na região. E enquanto outras técnicas de pesca usadas por golfinhos são geralmente ensinadas verticalmente, de mãe para filhos, o uso de conchas pode estar sendo passado entre golfinhos do mesmo grupo.

"Se realmente estamos testemunhando a difusão horizontal deste comportamento, eu assumiria que isso acontece quando um golfinho observa atentamente um companheiro golfinho pescando com conchas e aí imita o comportamento", diz Allen. "Há uma fascinante possibilidade de que esse comportamento possa se espalhar diante de nossos olhos, ao longo de algumas pesquisas de campo, e de que possamos registrar essa difusão."

Comportamento raro
Os golfinhos de Shark Bay só haviam sido vistos levando conchas nos bicos cerca de cinco vezes durante 25 anos de pesquisas na região, mas ninguém havia conseguido explicar o comportamento. Entre 2007 e 2009, pesquisadores da Universidade de Murdoch e da Universidade de Zurique observaram que os golfinhos estavam tentando pegar peixes escondidos dentro das conchas.

Durante os quatro meses de pesquisa de campo, em 2011, em Shark Bay, os cientistas conseguiram registrar o comportamento em pelo menos seis diferentes oportunidades. Agora, eles querem descobrir exatamente como os golfinhos usam as conchas. "Ainda não sabemos se os golfinhos simplesmente seguem os peixes até que eles procurem refúgio em uma grande concha ou se os golfinhos chegam a mexer nas conchas anteriormente, talvez as virando com a abertura para cima com o objetivo de torná-las mais 'atraentes' para os peixes como um lugar de esconderijo", diz Allen.

Retirado de:http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5313665-EI8145,00-Golfinhos+que+pescam+com+conchas+surpreendem+cientistas.html

Comentário: É impressionante este novo método que outros seres estão difundido entre si, e que nós humanos podemos presenciar éalgo extremamente raro, ver uma mudança de comportamento dessas em tã pouco tempo.

domingo, 28 de agosto de 2011

Pesquisadores da NASA encontram moléculas formadoras de DNA em meteoritos

Representação artística de um meteorito

15/08/11

Blocos construtores de DNA podem ser feitos no espaço

Pesquisadores da NASA (sigla em inglês que significa Administração Nacional do Espaço e da Aeronáutica) possuem evidências de que blocos formadores de DNA, a molécula que carrega instruções genéticas da vida, encontrados em meteoritos foram provavelmente criados no espaço. Os pesquisadores dão suporte à teoria da Panspermia em que origem da vida foi proveniente do espaço, através de impactos na Terra de meteoritos e cometas que continham estas moléculas.

"As descobertas de componentes do DNA em meteoritos tem ocorridos desde os anos 60, mas os pesquisadores não tinham certeza se eles eram criados no espaço ou se eram provenientes de contaminação terrestre," disse Dr. Michael Callahan do Centro de Vôos Espaciais Goodard Space Flight da NASA. "Pela primeira vez, nós temos três evidência que juntas confirmam que estes blocos formadores de DNA atualmente foram criados no espaço." Callahan é autor de um artigo sobre a descoberta em processo na Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

A descoberta acrescenta que a química dentro dos asteroides e cometas é capaz de produzir blocos formadores de moléculas biológicas essenciais. Por exemplo, anteriormente, estes cientistas do Laboratório Analítico de Astrobiologia Goddard encontraram aminoácidos em amostras do cometa Wild 2, da missão Stardust da NASA, e em vários meteoritos ricos em carbonos. Aminoácidos são usados para fazer proteínas, moléculas estruturais da vida, usadas em tudo, desde estruturas como cabelo a enzimas, que catalisa, acelerando ou regulando as reações químicas.

No novo trabalho, o grupo de Goddard coletaram amostras de 12 meteoritos ricos em carbonos, nove foram recolhidos da Antárctica. Eles extraíram cada amostra com uma solução de ácido fórmico e correram em cromatografia de liquido, um instrumento que separa uma mistura de compostos. Posteriormente, eles analisaram as amostras com um espectrômetro de massa, que ajuda a determinar a estrutura química de um composto.

O grupo encontrou adenina e guanina, que são componentes de DNA chamados de nucleobases, assim como a hipoxantina e xantina. O DNA se assemelha a uma escada em espiral. As adeninas e guaninas conectam com duas outras nucleobases para formar os degraus da escada. Eles fazem partes do código que diz para a maquinaria celular que proteína deve ser feita. Hipoxantina e xantina não são encontradas no DNA, mas são usadas em outros processos biológicos. Em outros meteoritos também forma encontras moléculas relacionadas com as nucleobases, mas nunca usadas na biologia.

Este material é a primeira evidencia de que os componentes no meteoritos vieram do espaço e não de contaminação terrestre. "Você não esperaria ver estas nucleobases análogas se a contaminação terrestre fosse a fonte, por que eles não são usadas na biologia," disse Callahan. "No entanto, se asteroides agem como se fosse “fábricas químicas”, manipulando material pré-biótico, você esperaria que eles produzissem muitas variantes de nucleobases, não somente as bases biológicas, devido a ampla variedade de ingredientes e condições de cada asteroide."

A segunda evidência envolve pesquisas para descartar a possibilidade de contaminação terrestre como fonte destas moléculas. O grupo analisou amostras de gelo da Antárctica, onde a maioria dos estudos com meteoritos é feita, com os mesmo métodos utilizados com meteoritos. A quantidade das duas nucleobases, mais hipoxantina e xantina, encontradas no gelo foram menores que nos meteoritos. Um dos meteoritos com nucleobases análogas caíram na Austrália e o grupo também analisou amostras de solo coletadas no sitio próximo. Assim como no gelo, as amostras de solos não tinha nucleobases análogas como presentes no meteorito

Na terceira evidência, o grupo encontrou que estas nucleobases – ambas biológicas e não-biológicas – foram produzidas em um reação completamente não biológica. “No laboratório, uma suíte de nucleobases e nucleobases análogas foram geradas com reações químicas não biológicas contendo hidrogênio, amônio e água. Isto prova que é o mecanismo plausível para a síntese no corpo original dos asteroides, e suporta a noção de que eles são extra-terrestre." diz Callahan. "De fato, parece ser uma classe de meteorito ' ranúnculo', os tão chamados meteoritos CM2, onde condições são certas para gerarem estas moléculas,” adiciona Callahan.

Fonte:http://biologias.com/noticias/1023/Pesquisadores-da-NASA-encontram-moleculas-formadoras-de-DNA-em-meteoritos
Comentário: Desvendar os mistérios de nossa origem com um material em abundância em nosso planeta, dando-nos mais certeza, ou dúvida, sobre como a vida na Terra acabou "surgindo".

Música ajuda a melhorar qualidade de vida de pacientes com câncer

08/08/2011

A música, usada para ajudar a diminuir a ansiedade dos pacientes com câncer durante o tratamento, também pode atuar positivamente no estado de ânimo, na dor e na qualidade de vida, segundo um estudo publicado nesta terça-feira. A análise, conduzida pela professora Joke Bradt, do Departamento de Tratamentos Criativos da Universidade de Drexel, na Filadélfia, indica que tanto escutar música em cds pré-gravados como a musicologia podem ser um complemento aos tratamentos dos pacientes com câncer para melhorar seu bem-estar.

Os pesquisadores consideraram 30 estudos de sete países - Estados Unidos, China, Itália, Irã, Espanha, Taiwan e Vietnã - e realizaram uma análise sistemática conhecida como revisão Cochrane. Estes ensaios combinam estatisticamente os dados dos estudos para estender a reflexão de suas descobertas, já que por si só ficaria limitada demais para produzir resultados fidedignos, afirmou Joke à Agência Efe.

A fusão dos dados dos 30 estudos permitiu analisar a reação de 1.891 pacientes com diferentes tipos de câncer que escutaram música gravada ou que participaram de musicoterapia. Os resultados demonstraram que em ambos os casos os níveis de ansiedade reduziram "consideravelmente", segundo os padrões médicos para medir ansiedade.

Além disso, detectaram outros benefícios colaterais - em menor proporção, mas também positivos - na respiração e na pressão sanguínea de alguns pacientes - o que ressalta, segundo Joke, que "a música pode ser um tratamento complementar eficiente".

Musicoterapia
O Instituto Nacional do Câncer dos EUA define a musicoterapia como um conjunto de técnicas baseadas em música empregadas para ajudar a aliviar a dor ou a tensão. Neste sentido, Joke disse que este procedimento pode servir como entretenimento e como fonte de concentração e "está provado que quanto mais relaxado está o paciente, menos dor ele sente".

Os resultados também sugerem que a musicoterapia pode ajudar a melhorar o estado de ânimo dos pacientes, embora não evite a depressão. Segundo Joke seria necessário fazer estudos mais profundos para entender melhor o impacto da aflição nesses casos.

A musicoterapia não só consiste em escutar composições musicais, mas inclusive o paciente pode manifestar suas emoções cantando ou tocando um instrumento. Além de servir de entretenimento, é uma forma de dar "energia" ao doente.

No caso dos cds, o terapeuta geralmente pede para o paciente escolher as preferidas em uma lista de cinco ou seis tipos de música, que abrangem de clássica, "new age" até country, para então produzir uma seleção exclusiva. A escolha, que às vezes conta com ajuda de parentes e amigos, depende da necessidade do paciente que "às vezes pede música mais animada ou aquelas com letras que inspirem esperança".

"As músicas proporcionadas por musicoterapeutas capacitados, assim como as gravadas, apresentaram resultados positivos, mas atualmente não há provas suficientes para determinar se uma intervenção é mais eficiente que a outra", indicou. que está claro, é que proporciona tranquilidade e é um veículo que ajuda a expressar emoções, sempre que necessário.

O artigo "Music Interventions for Improving Psychological and Physical Outcomes in Cancer Patients", foi publicado na biblioteca virtual Cochrane Database of Systematic Reviews.

Fonte:http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5288955-EI8147,00-Musica+ajuda+a+melhorar+qualidade+de+vida+de+pacientes+com+cancer.html

Comentário: Estudar os benefícios da música é uma ótima tarefa, pois é difícil encontra alguém, se é que existe, que não goste de música, ela é muito difundida, onde quer que a gente vá, haverá música.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Golfinhos podem inspirar novos tratamentos para humanos

31/07/11

Investigador destaca capacidade de recuperação destes animais

A capacidade de recuperação de ferimentos apresentada pelos golfinhos intrigou Michael Zasloff, investigador do Centro Médico da Universidade de Georgetown, nos EUA, que entrevistou tratadores e biólogos marinhos em todo o mundo e reviu a literatura disponível na área sobre esta aptidão a fim de inspirar novos estudos sobre o assunto.

“A capacidade do golfinho curar-se rapidamente de uma mordida de tubarão com aparente indiferença à dor, resistência à infecção, proteção hormonal e uma quase restauração do corpo, podem trazer luz ao tratamento de ferimentos humanos”, destacou o cientista.

No entanto, sublinhou que há uma grande lacuna de informação sobre este processo, pois não se sabe ainda como é que o golfinho não sangra até à morte depois de ser atacado por um tubarão, por exemplo, ou como é que parece não ter qualquer tipo de dor significativa.

Também não é completamente conhecido o que previne a infecção em feridas profundas, que se restauram de tal forma que o contorno do corpo do animal fica quase sem marcas. “Feridas comparáveis em humanos seriam fatais”, frisou Zasloff, que procura explicar este processo com alguns aspectos conhecidos da biologia do golfinho.

De acordo com o investigador, os mesmos mecanismos de mergulho que afastam o sangue da periferia do corpo durante um mergulho longo, podem ser acionados quando há um ferimento, significando que há menos sangue na superfície do corpo e por isso menos perda de sangue.

Relativamente à dor, Zasloff sugere que se trata de uma adaptação neurológica e psicológica favorável à sobrevivência, mas cujo mecanismo se mantém desconhecido. No que diz respeito à infecção, o cientista acredita que os golfinhos têm o seu próprio composto anti-microbiano que é libertado quando ocorre um ferimento.

“Estou certo de que na capacidade de o golfinho se curar a si próprio há agentes anti-microbianos e potentes componentes analgésicos”, afirmou Zasloff. Acrescentou ainda que espera que este seu trabalho “estimule uma investigação que possa trazer benefícios para os humanos.”

Retirado de: http://biologias.com/noticias/1010/Golfinhos-podem-inspirar-novos-tratamentos-para-humanos

Comentário: Impressionante este mecanismo de sobrevivência dos golfinhos, mas espero que este estudo não acabe prejudicando os golfinhos, pois pode ser que haja testes com eles, o que por causa dos "Direitos Humanos" não se faz nas pessoas, mas com os outros seres está liberado geral, em nome de um tal progresso.

sábado, 30 de julho de 2011

Baleias misteriosas fazem silêncio para evitar predadores

28/07/2011

Em águas rasas, as baleias ficam em silêncio para evitar o ataque de predadores


Cientistas que pesquisam as misteriosas baleias de bico de Blainville publicaram um estudo no qual concluem que esses mamíferos ficam em silêncio em águas rasas para evitar o ataque de predadores. A pesquisa, publicada na revista científica Marine Mammal Science, é uma das primeiras a registrar como essas baleias se comunicam. Os pesquisadores também gravaram sons produzidos pelas baleias quando nadam em grandes profundidades.

Enigmática
A espécie Mesoplodon densirostris tende a habitar regiões profundas dos oceanos, formando grupos pequenos, que não ultrapassam dez indivíduos. Além do bico característico, ela possui dentes, alcança até cinco metros de comprimento e pesa, quando adulta, cerca de 800 kg. Tímidos e discretos, esses cetáceos (ordem dos mamíferos formada por animais adaptados à vida aquática) evitam embarcações, o que dificulta seu estudo e lhes dá um caráter enigmático.

Estudo
A pesquisadora Natacha Aguilar, da Universidade de La Laguna, em Tenerife (Espanha), e seus colegas da Woods Hole Oceanographic Institution, em Massachusetts (EUA), e da Universidade Aarhus, na Dinamarca, conectaram dispositivos de escuta em oito baleias de bico de Blainville. Os animais foram monitorados durante 102 horas. Os aparelhos gravaram sons produzidos pelas baleias quando vinham à tona para respirar e nadavam próximo da superfície, e também quando os mamíferos mergulhavam em profundidades de até 900 m.

Os resultados mostraram que a espécie fica silenciosa quando nada a profundidades acima de 170 metros. As baleias também permanecem silenciosas quando estão subindo à tona após seus mergulhos - uma jornada que pode levar até 19 minutos. A equipe acredita que este comportamento tenha a função de evitar que as baleias sejam detectadas por seu predador, as temidas orcas (Orcinus orca), também conhecidas como "baleias assassinas".

As orcas tendem a circular em águas rasas e se alimentam de várias espécies de baleias. Ao se "esconder" dessa maneira, a baleia de bico de Blainville adotaria uma estratégia efetiva de evitar sua predadora, já que a espécie não é capaz de nadar mais rápido do que a orca e não possui outras defesas contra ela. Ainda assim, o comportamento surpreendeu os cientistas, que imaginavam que os animais continuariam em contato para manter seus vínculos sociais, especialmente porque tendem a nadar em grupos coesos. "Para um grupo que vive em sociedades tão coesas e coordena suas atividades, ficar em silêncio perto da superfície é um comportamento inesperado que contrasta bastante com o de outras baleias dentadas", afirmaram os pesquisadores em seu artigo.

Sons
Quando nadavam a mais de 450 m de profundidade, as baleias emitiam diversos tipos de sons que permitiam não apenas que se comunicassem, mas que também se orientassem no espaço e procurassem suas presas, afirma a pesquisa. Segundo os cientistas, alguns dos sons registrados - que eles descrevem como apitos e uma série de sons estridentes - nunca haviam sido gravados antes. A equipe acredita que os sons em série tenham o papel de coordenar os movimentos dos membros do grupo à medida que se dispersa no final do mergulho, para caçar.

Retirado de: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5266677-EI8145,00-Baleias+misteriosas+fazem+silencio+para+evitar+predadores.html

Comentário: Fico impressionado ao ver como os outros seres interagem entre si em , e como são inteligentes ao usar suas tácticas de sobrevivência, indo contra o o pensamento das pessoas de que os outros seres vivos são estúpidos e não pensam. Estas baleias são um exemplo de organização e trabalho e m equipe.